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Sempre achei que vingar no futebol mineiro é mais difícil do que em outras praças. Impaciência da torcida, cobrança exagerada da imprensa, responsabilidade além da conta e falta de apoio dos dirigentes estão entre os fatores que me fazem ter tal impressão.
E sempre me pergunto: Por que o Santos revela quase um craque por ano e Atlético e Cruzeiro não conseguem nem um por década? A resposta pode ser simples e complexa ao mesmo tempo: é porque no Peixe a base é a prioridade.
Antes de gastar milhões com um Maicon (que me recuso a chamar de Bolt) da vida, por exemplo, o Santos olha para base e aposta em um jogador de potencial. E esse apostar não é, simplesmente, colocar o menino durante algumas partidas e depois devolver para a base. Apostar é priorizar, estudar o melhor momento para escalar e possibilitar continuidade, com apoio e liberdade para errar.
Em muitos casos, jogadores da base de Atlético e Cruzeiro têm oportunidade somente quando a vaca está indo para o brejo. É mais ou menos o que está ocorrendo agora com Marquinhos, Bruninho (no Galo), Cacá e Éderson (na Raposa). São jogadores que estão dando conta do recado mesmo em um momento de crise, pressão, baixa técnica dos times e desconfiança. E por que eles não tiveram chance antes? Porque não foram tratados como prioridade.
Quantos milhões foram gastos com reforços que só aparecem com destaque na folha de pagamento? Será que Marquinhos é pior que o Maicon, ou Bruninho tem menos potencial que Terans? No lado Raposa, alguém tem dúvida que Éderson é infinitamente superior a Ariel Cabral e Jadson?
Não acho que a base é a única salvação, mas ela precisa fazer parte do planejamento prioritário dos clubes mineiros, independentemente de pressões externas da torcida e da imprensa. Os frutos estão aí. Basta só saber o momento certo de colher.
(Foto: Bruno Hadddad/ Cruzeiro e Bruno Cantini/ Atlético)